Comece com um imóvel usado

A pouca racionalidade do consumidor pode ser percebida claramente no mercado imobiliário. O imóvel é o único bem que serve ao mesmo tempo como consumo e como investimento, podendo o comprador avaliar bem antes de fazer a aquisição. O ideal é começar com um imóvel usado, para só depois passar para um novo.
O imaginário popular acredita que se deva comprar o apartamento na planta, mas isso é um equívoco. Essa foi uma modalidade de venda bem criativa inventada pelas construtoras para driblar a falta de financiamento para o setor. Mas quem procura o primeiro imóvel normalmente não se pode dar ao luxo de financiar a incorporadora. O consumidor é que precisa de financiamento.

E a vantagem da compra de um usado é que um dos principais problemas dos apartamentos está na administração do condomínio. É possível para um comprador de um imóvel usado verificar o funcionamento do condomínio, o valor da taxa, a manutenção do prédio e principalmente a vizinhança. Além disso, o imóvel em construção tem parcela reajustada pelo INCC, que nos últimos anos subiu muito acima da inflação (ver gráfico abaixo).
E lembre-se: imóvel não é um investimento sem risco. Há sempre a possibilidade de desvalorização da área ou do edifício por problemas no condomínio. Se você duvida disso, lembre-se de que há 15 anos a Praia de Piedade era um dos espaços mais valorizados da região.
Gráfico – Inflação x INCC (supondo prestação inicial de R$ 1.000,00 em abril de 2004)clip_image002[4]clip_image003
Fonte: Elaboração própria (dados do Ipea)
NOTAS
Exemplo prático
Veja o caso de uma pessoa que comprou um apartamento na planta em abril de 2004 para entrega em abril de 2009. O apartamento estava estimado em R$ 161 mil. A ideia seria 61 prestações de R$ 1.000,00, com um saldo devedor a ser financiado de R$ 100.000,00.
Aumento agressivo
A prestação, que era de R$ 1.000,00, terminou em R$ 1.439,29 por causa do reajuste pelo INCC (ver gráfico). O aumento aparentemente não foi tão grande, mas lembre-se: você não tinha ainda nem recebido o produto. O saldo devedor a ser financiado, que era de R$ 100.000,00, passou para R$ 143.929,00.
Quanto custou?
Se você tivesse aplicado o valor das prestações na caderneta de poupança, teria algo próximo a R$ 94 mil. Somado ao saldo devedor, seu apartamento custou por volta de R$ 238 mil na data de entrega.
CURTAS
O que antes parecia impossível se transformou em realidade: o financiamento do imóvel a juros ainda altos, mas bem mais razoáveis.
Se antes só era possível recorrer aos financiamentos via CEF, hoje temos diversos bancos privados oferecendo taxas cada vez mais baixas. Santander, Bradesco e HSBC estão neste momento com as melhores taxas.
É ilegal a cobrança de INCC depois da entrega do imóvel, assim como cobrar juros antes do habite-se. Fique esperto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário